A progesterona, um hormônio muitas vezes negligenciado em comparação ao estrogênio, está emergindo como um componente vital na saúde da mulher. Estudos recentes indicam que este hormônio pode desempenhar um papel fundamental no alívio de sintomas comuns, incluindo aqueles associados à menopausa e à síndrome pré-menstrual (TPM). Esta nova compreensão está levando os especialistas a reavaliar a importância da progesterona no bem-estar feminino.
A Interação entre Estrogênio e Progesterona
Inicialmente reconhecida por seu papel na gravidez, a progesterona tem funções que vão além disso. Este hormônio modula os efeitos proliferativos do estrogênio, que é responsável pelo crescimento celular. Estrogênio em excesso pode causar desequilíbrios hormonais, resultando em problemas como câncer de mama, queda de cabelo e acne.
Especialistas comparam o estrogênio a um acelerador e a progesterona a um freio. Sem a regulação da progesterona, o estrogênio pode causar efeitos adversos como cãibras nas pernas, fibromas uterinos e acúmulo de gordura em determinadas áreas do corpo.
Estudos indicam que a progesterona desempenha um papel crucial na modulação dos efeitos do estrogênio. Fatores como excesso de peso, contraceptivos hormonais, estresse e falta de sono podem aumentar a produção de estrogênio, tornando ainda mais difícil manter o equilíbrio entre progesterona e estrogênio. Xenoestrogênios, substâncias que imitam os efeitos do estrogênio, como pesticidas e parabenos, também podem contribuir para níveis elevados de estrogênio.
Progesterona versus Progestina
Muitos médicos adotam uma abordagem cautelosa ao prescrever progesterona devido a estudos que ligam o excesso desse hormônio a coágulos sanguíneos e trombose. Carol Petersen, farmacêutica e enfermeira, enfatiza a diferença entre a progesterona bioidêntica e sua versão sintética, a progestina, geralmente prescrita junto com estrogênio na terapia de reposição hormonal (TRH).
A progestina, criada em laboratório, imita os efeitos da progesterona natural, mas pode ter efeitos colaterais diferentes e preocupações com a segurança. Progestinas sintéticas, como as usadas em anticoncepcionais, podem causar pressão alta, queda de cabelo, ansiedade e depressão, além de aumentar o risco de câncer de mama. Por outro lado, estudos mostram que a progesterona natural usada com estrogênio na TRH não aumenta esses riscos de saúde.
Quantidade Adequada de Progesterona
De acordo com Petersen, os receptores de progesterona estão espalhados por todo o corpo, desempenhando diversas funções que criam uma alta demanda por este hormônio. Ela recomenda que, em vez de começar com uma dosagem baixa e aumentá-la gradualmente, é mais eficaz começar com uma dosagem alta até que os sintomas sejam resolvidos.
Embora a progesterona seja geralmente segura em doses altas, Petersen alerta para a possibilidade de infecções por candida, que podem ser exacerbadas pela progesterona. Recomenda-se tratar a candida antes de iniciar a suplementação com progesterona.
Como Aumentar a Produção de Progesterona
A progesterona é sintetizada a partir de diosgenina, presente no inhame selvagem ou na soja. No entanto, o corpo humano não pode produzir progesterona diretamente a partir da diosgenina. Alimentos ricos em zinco, como ostras, carne bovina, gemas de ovo, fígado, nozes e sementes, podem ajudar a aumentar a produção de progesterona.
Um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, exercícios regulares, higiene do sono adequada e gestão do estresse, também contribui para o equilíbrio hormonal. Suplementos de magnésio podem ser benéficos, pois sua deficiência pode reduzir a produção de progesterona.
Para muitas mulheres, a suplementação com progesterona bioidêntica é necessária. Petersen e Martone recomendam buscar médicos que compreendam as complexidades das flutuações hormonais e possam prescrever terapias de reposição hormonal apropriadas.
Progesterona pode ajudar mulheres a recuperar o controle sobre suas vidas hormonais, proporcionando conhecimento e ferramentas para enfrentar os desafios do desequilíbrio hormonal. Este é um avanço promissor para aquelas que sofrem com os efeitos das flutuações hormonais.
